Iluminação de Museus: visita guiada ao projeto de Diana Del-Negro no MACAM | Lightware Lighting Design
- Diana Del-Negro
- 10 de nov.
- 2 min de leitura
Um olhar técnico e sensorial sobre o papel da luz na arte contemporânea
A iluminação arquitectónica é muito mais do que uma questão estética — é uma ferramenta de transformação espacial e emocional. No Museu MACAM, em Lisboa, a Lightware aplicou este princípio para criar uma narrativa visual que respeita as obras de artistas como Almada Negreiros, Amadeu de Sousa-Cardoso e Vieira da Silva, e conduz o visitante numa experiência imersiva.

A luz como instrumento de narrativa espacial
Cada projeto de iluminação é único e exige uma abordagem personalizada. No MACAM, desenvolvemos um conceito de evolução temporal, utilizando diferentes temperaturas de cor para marcar percursos e enfatizar momentos específicos da exposição. O resultado é uma leitura contínua do espaço que respeita a obra, valoriza a estética e cria uma experiência sensorial completa.
Em hotelaria, restauração ou serviços culturais, a qualidade da luz define a percepção do ambiente. Nos museus, esta influência é ainda mais direta: uma iluminação inadequada pode comprometer a interpretação da obra, enquanto uma iluminação bem estudada amplifica a experiência emocional do visitante.

Desafios técnicos do projeto MACAM
O projeto exigiu várias horas de pesquisa sobre as melhores condições de iluminação para cada galeria. A seleção de LEDs de alta reprodução cromática (CRI > 95) e sistemas de controlo ajustáveis permitiu equilibrar segurança, preservação das obras e flexibilidade na criação de ambientes distintos.
Galeria 1: luz delicada, quente e envolvente, que guia o visitante de forma natural pelo percurso expositivo, sem sombras nem reflexos indesejados.
Galeria 2: iluminação mais fria, de carácter brutalista, adequada ao tema de algumas obras e à narrativa espacial proposta.
A colaboração estreita com a curadora Adelaide Ginga foi essencial para alinhar critérios técnicos e estéticos, garantindo que a luz não só destaca as obras como também orienta a experiência do visitante.

Temperatura de cor e reprodução cromática
Durante a visita guiada, destacámos conceitos fundamentais: a importância das fontes de luz escolhidas, a reprodução cromática e o uso de sistemas de controlo para ajustar a quantidade de luz adequada a cada obra. Estes elementos, combinados com a tecnologia LED, asseguram que cada obra é apresentada com fidelidade e integridade visual máximas.
“A luz transforma o espaço e conduz o observador, criando uma narrativa que complementa a obra de arte”, explica Diana Del-Negro.

Ciência e arte de iluminar
No MACAM, a iluminação não é apenas funcional: é um diálogo entre ciência e arte. Cada escolha de cor, quantidade ou direção da luz é baseada em aprofundado conhecimento técnico e experiência prática, permitindo que o visitante não só veja, mas sinta a obra.
Este projeto exemplifica como a iluminação arquitetónica, quando planeada com rigor, não só valoriza o espaço, como também demonstra como a Lightware actua em projetos de grande dimensão e de carácter culturais e museológicos de referência.



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